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A imparcialidade precisa romper as fronteiras dos interesses pessoais; confira o artigo

Neste domingo (4), aconteceu a 55ª edição do Troféu Imprensa no SBT. Recebendo jurados de vários veículos e premiando diversas personalidades da imprensa, o conceito de imparcialidade ficou perdido na única premiação dos profissionais do setor.

E não é somente eu que tenho esse pensamento. Diversos internautas fizeram até piadas da premiação, chamando inclusive de “Troféu Empresa”, em alusão às premiações de César Filho como melhor jornalista e do SBT Brasil como melhor jornal.

Claro que o sol nasceu para todos, e que cada um possui seu espaço, confiança, público e a credibilidade. Agora, cada um também tem seu nível de preferência, e é inquestionável que o Jornal Nacional não seja o noticiário favorito dos brasileiros. Um clássico da Globo líder de audiência a mais de cinco décadas inclusive.

Sim, SBT Brasil tem seus méritos, e já contou com âncoras de peso na bancada, como Joseval Peixoto, Rachel Sheherazade e Carlos Nascimento. Mesmo que César Filho seja um bom nome ao comando do jornalístico, a fase de ouro passou. Pode se recuperar? Talvez, e depende muito mais do empenho do canal do que alguns fatores externos.

Quanto ao fato de o ex-Record ter tido o prestígio da emissora organizadora da premiação, não há aqui questionamentos sobre o mérito de Filho como jornalista. Porém, diante do cenário que se constrói, César Tralli perder essa disputa é de fato assustador.

E não só pelo fato dele ancorar um jornal de rede por quase duas horas no ar, e mais duas horas na TV paga, além de apurar informação, muitas vezes ao vivo, inúmeros plantões e coberturas especiais, inclusive da morte do Papa Francisco, quando na mesma segunda de falecimento do pontífice, foi enviado especial ao Vaticano para cobrir o funeral.

Uma passagem inclusive bastante respeitada à frente do SPTV, por onde esteve por uma década. Tralli cativa respeito e admiração por onde passa, além de fazer questão de agradecer a equipe dos jornais no qual apresenta.

Isso dentre inúmeras questões que tornam o Troféu Imprensa parcial. Não que os produtos do SBT sejam ruins, mas é preciso ser justo, e dar a “César o que é de César”. E nesse caso, deram ao ‘César errado’.

É bem ciente de todos que atualmente há apenas uma única emissora que organiza a premiação dos melhores profissionais da imprensa. Dessa forma, os interesses pessoais não podem ser maiores que a obrigação de ser imparcial no ato do voto.

Se há interesse de que o canal tenha estatuetas próprias, que haja esforços ao longo do ano para que na edição seguinte, as premiações sejam dignas, e não apenas para cumprir com as vontades da cúpula, executivos e proprietários do canal.

A imparcialidade de uma única premiação para quem faz a imprensa é um pilar fundamental, e estabelece a democracia pregada pelo jornalismo. Todos que buscam levar a informação de maneira clara e objetiva às pessoas, de forma isenta e acessível a todos, merecem ser aplaudidos. Nesse caso, estamos elencando um dos melhores, e isso não pode ser escolhido por interesses de quem quer que seja.

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